quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

VIAGEM LITERÁRIA AO "MANONGO-NONGO" DE SOBERANO KANYANGA

Caracterizar um escritor com estilo multi-literário, caso nos seja permitido o uso do termo, não é uma tarefa fácil. Quando ainda nos deparamos com a universalidade das suas obras que nos guiam ao além da ciência e transmitem ensinamentos fecundos e visíveis.

Assim tomamos algumas palavras para manifestarmos o valioso contributo literário da obra supracitada. No estilo infanto-juvenil,  procura nas suas linhas pedagógicas, educar a sociedade hodierna, mormente a classe juvenil, à base de estórias criadas e recriadas pelo autor e concebem no final de cada uma delas, um ensinamento moral.
Como podemos conferir e sentir a luzidia mensagem em "A CEGA E O CÃO KELULA", pp.45-47 «entre os amigos ou pessoas que se amam deve haver confiança mútua». Quão pedagógico e profundo, é este discurso que não se escapuli do messiânico!
É ainda transcendental a imaginação do autor, quanto a criação e recriação de estórias que encerram com princípios morais que à luz da visão hodierna, reflectem uma filosofia de valores, concebida para uma sociedade onde se presencia o adeus dos valores morais e cívicos.
E o autor, sendo filho deste país chamado Angola, ensina em "A COMILONA E O CISOMBE", pp.67-70, que: «A gula e a avareza são vícios perigosos que podem levar à morte. Não deixe de dar de comer a quem tem fome».
E por que o autor teria escolhido o tão sugestivo título para o seu livro?
Antes de deixarmos o autor responder a tal questão, gostaríamos de viajar até Belém da Judeia, para lembrarmos o nascimento de Cristo Jesus e a visita dos Reis Magos que culminou com a entrega de presente valiosos da época. Assim também acontece no território nacional, singularmente nas Lundas onde o autor viveu durante muito tempo. É costume, a familiar criar um ambiente festivo junto dos amigos, para saudarem a anunciação do novo membro da comunidade.  Neste ambiente, saboreiam-se os kitutes da terra e nota-se a bonança da variedade de bebidas.
E não está de fora o nosso autor quando nos brinda do seu íntimo, este seu "MANONGO-NONGO", do qual nutrimos em letras de ouro e em páginas cintilantes os fecundos ensinamentos. Como pode responder no preâmbulo que faz da sua fantástica obra: «Escolhi o nome  Manongo-Nongo para este livro por desejar que venha a ser também uma festa para todas as crianças de Angola que devem crescer com sabedoria e inteligência encontrada e transmitida nos livros que lêem e nas experiências transmitidas pelos mais velhos».
Quanta solidariedade e respeito pelo próximo o autor manifesta! Se o Manongo-Nongo é uma festa, então que festejemos também nós e deixemos a alma rejubilar de glória por tê-la.

Beto Baião
Kwango LN, 20/07/2014. 22h00