domingo, 20 de novembro de 2016

A SAUDADE QUE BROTA DO EMPENHO

- Por que, quando estamos em gozo de licença,  só a minha irmã recebe chamadas de colegas e do chefe a consultarem algo sobre o trabalho, se somos colegas? Por que só a ela as pessoas dizem "sentimos muito a tua ausência", quando voltamos ao serviço, findas as férias? - As perguntas de Njamba pareciam infinitas.

 Njamba não é uma jovem que sinta inveja da mana, mas a vida profissional, depois de toda a infância e adolescência juntas e recebendo dos pais e comunidade tratamento idêntico, faz delas, hoje, pessoas distintas, embora muito parecidas fisicamente.

Njamba e Ngeve, gémeas verdadeiras, sempre confundiram os colegas nas escolas em que frequentaram o ensino primário, médio e superior. Sendo duas raparigas de pele bronzeada e músculos torneados, as manas faziam-se passar, quando quisessem, uma pela outra sem o mínimo de desconfiança da "vitima". No banco e nos exames de recurso, que o digam os funcionários e os professores?!

- Njamba ou Ngeve? - Questionavam os mestres na academia.

- Sou eu mesma. A minha irmã dispensou o exame  - Defendia-se quem estivesse na condição de examinanda.

Houve vezes que que cada assumia seus actos singulares sem usar a falsa identidade. Porém, a pergunta "Njamba ou Ngeve?", só para confirmar, nunca se fazia ausente. Elas, com o "maior a vontade", sempre no ataque: sou eu mesma (Njamba ou Ngeve que escolhesse o questionador).

Depois de formadas, com sucesso académico, em Administração de empresas, as "manas parecidas", como também eram conhecidas concorreram à Função Pública tendo, novamente, a sorte as acolhido. Ficaram aprovadas e, mais uma vez, ficaram juntas no Departamento de Intercâmbio onde Ngeve se destacava com a sua entrega abnegada e criatividade, enquanto a irmã Njamba era mais dada à lide caseira e a pequenos negócios. O emprego para Njamba era apenas uma forma de não se distanciar da irmã e uma questão de estatuto social.

- Mulher que trabalha tem outra respeitabilidade no bairro e mesmo os cavalheiros que se atrevam a perder vergonha, na hora de desfilar a prosa, pensam duas a três vezes . - Dizia-se no bairro das Acácias onde residiam. Isso envaidecia as manas e outras jovens da urbanidade e fazia com que Njamba seguisse as pegadas de Ngeve que, por sua vez, coleccionava distinção atrás de distinção por causa do seu inconformismo com o status quo e a sua capacidade inventiva. Em termos de resultados práticos, Ngeve era das que mais produziam e estava sempre a inovar nos procedimentos, procurando poupar desperdício de tempo e material.

- O cérebro é a mais útil das ferramentas de trabalho do homem e não pode ser aposentado antes da morte. - Recitava incansavelmente Ngeve.

 Essa sua entrega e prontidão, que contagiava o resto da equipa e a liderança, faziam dela uma mascote. As suas ausências eram rapidamente percebidas até pela alta hierarquia da organização. Não pelo seu brilho corporal que, embora dotado de um arranjo escultural, tinha uma exposição situada na penumbra. Era pelo seu bem fazer e sempre com alegria no rosto, mesmo quando a tarefa fosse penosa.

Njamba era diferente. Mais vistosa e mais exposta à luz e aos megafones do que à actividade trabalhista. Se faltasse, ninguém na equipa dava por ela. Porém, quando fosse o inverso, se por uma razão bem ponderada Ngeve se ausentasse, Njamba era bombardeada com a pergunta "que se passou com a sua mana do sorriso aberto?" a quem disfarçadamente a liderança mostrava empatia e saudades.

- Mas nós somos gémeas verdadeiras e vocês apenas se lembram dela? - Reclamou certa vez meio aborrecida, depois de ter gozado férias sem que ninguém tivesse sentido a sua falta.

Pascoalina, uma idosa já reformada que havia sido recontratada para formar os novos agentes administrativos e contribuir para a  moralização e comprometimento dos funcionários públicos daquele Ministério, puxou da sua experiência e sabedoria para uma lição de vida que Njamba afirma jamais se esquecerá. E a anciã, nos seus sessenta e cinco anos, começou assim:

- Filha, beleza acaba. Olha pra mim e diz se encontras nesses retalhos um corpo de miss? Já fui, entretanto, miss distrito, miss província ultramarina e primeira dama do concurso metropolitano no tempo doutra senhora. A Única faixa de miss que não se desfez com o tempo foi o meu empenho e responsabilidade profissional. É isso que motivou a minha recontratação quando já estava a cuidar dos netinhos e dos reumatismos. Queres ser bem lembrada e valorizada, filha? Trabalha!  - Recomendou Pascoalina.

A anciã fez pausa para buscar outro exemplo e prosseguiu:

- Nos tempos em que tínhamos a vossa idade, trabalho de escritório era maioritariamente para homens, as mulheres eram poucas, pois éramos mais direccionadas para donas de casa. É isso que você anseia? É para isso que queimaste pestanas na faculdade? Olha, Njamba, o patrão apenas se lembra de quem faz falta. Um dia, e não falta muito, a Administração Pública será gerida como são geridas as empresas. Estará ficada para os resultados e não mais para as simples presenças físicas e desfiles de meninas de cintura fina. Aí é que se verá quem merecerá ficar e quem deverá ser mandado para casa cuidar da roupa e da loiça. - Explicou a instrutora.

Njamba acompanhava atenta a explanação de Pascoalina que pausava apenas para regar os pulmões com  ar puro.

Ngeve, a gémea de Njamba, também apelidada de génia, estava em missão de serviço no exterior do país.

Pedagógica, dona Pascoalina prosseguiu:

- Queres marcar teus colegas e teus chefes para toda a vida, filha? Trabalha! Inova. Pensa todos os dias em coisas novas ou em como simplificar as tarefas, tornando os procedimentos menos burocráticos e menos dispendiosos em termos de tempo e de custos.

Do simples abanar da cabeça, em gesto de aprovação de tudo quanto ouvia, Njamba passou à anotação na sua agenda.

- Obrigada, 'vó' pelos conselhos. Reconheço que não tenho estado ao nível da Ngeve e compreendo hoje por que perguntam por ela quando não vem e por que razão de mim quase ninguém se lembra quando falto.- Confirmou Njamba.

- Pois minha filha, rematou Dona Pascoalina, apenas os que fazem falta são lembrados. E não te esqueças que todos os patrões, quer sejam privados ou estatais, são da "mesma escola". Se se apercebem que você não faz diferença mandam-te para casa na primeira oportunidade ou necessidade que tiverem de reduzir pessoal. Pensa nisso, filha. O país tem rumo e os tempos são de mudança de comportamento e mais atitude! - Concluiu Pascoalina sempre pedagógica e com ar maternal.

A conversa já ia longa quando o director chamou a equipa para comunicar que da avaliação de desempenho em curso resultaria na dispensa e transferência para unidades periféricas de agentes e funcionários que ainda não tinham encarnado a nova filosofia de trabalho. Njamba foi para casa pensativa ao passo que Pascoalina continuou as suas preleções, desta vez com Weza, um jovem que apresentava dificuldades de integração em equipas composta por diferentes grupos etários.
NOTA: PUBLICADO A 02.10.2015 NO SEMANÁRIO ANGOLENSE

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

À VOLTA DA LAGOA

Dizem que se pesca na lagoa pluvial que fica em Viana, entre a Avenida Deolinda Rodrigues e as traseiras da Comarca. Contam-se estórias sobre "abundantes fainas" diurnas e nocturnas e capturas de jingwingi de quilos abastados.

Eu, o narrador, embora viva ao pé da lagoa, não vi ainda, não. É só mesmo conversa de ouvir dizer e ver os anandenge a andar de cima para baixo, ora com canas de pesca e minhoca, ora ximbikando, ora com as redes de apanhar peixinhos que vêm cá acima apanhar água com um pouco ainda de oxigênio, por causa do lixo e podridão que as vizinhas cavalonas põem, dias sem fim, no lago que lhes cerca as mabata.

Verdade verdadeira, peixe grande não vi ainda, não senhor. Mas peixe pequeno, piquinino, de pôr no aquário, que os brancos e os sô doutore "lhe chamam cuele" alevinos, esse, pessoa não precisa ter olho de águia. Vê sem precisar de mawanas.

Até mesmo a vizinha Rosa, uma cavelhota já de bengala, faz muitos anos e que diz não vê mais nem vulto, certo dia se abeirou da lagoa na companhia de um mona lá do quintal de Sá Josefa, sua filha do meio, e gritou:

- Buereré de "scapexinho ansim"?!

As filhas, amigas das filhas, as comadres do bairro, as vizinhas e tudo na estupefação.

- Ená! Cega de muito tempo já viu peixinho? Deve ser madiwanu!

- Madiwanu de quê, "vucês" num sabem que quando pessoa num vê o que sai nos olhos se acrescenta "nosovidos"? Stou ouvir bué de filho de peixe andar por cima da água, no meio das folhas daquela árvore de "tambarino" que vizinho Lúcio trouxe da Luanda.

As filhas, noras e tudo de novo bwamadas.

- Como é que mamã vê a árvore e as folhas na água se nem vizinho Lúcio a mamã conhece? - Perguntaram de novo, tipo já é coro na igreja metodista.

- "Intão" pessoa cega já não tem boca? Não tem ouvidos? Não tem contadores? - defendeu-se. Tenho môs netos "qui minformam" tudo que se passa no bairro. Abrem só rádio se todas as makas de Luanda eu não sei. Esses ouvidos é tipo gravador do tempo colonial. O que entra já não sai. Até as cor, os cheiros, tudo eu grava aqui na cabeça. Certos mizangala, aqueles que andam fumar kangonya ali na esquina do Dialó não assaram bagre grande que apanharam mesmo aqui na cacimba quando iam buscar lyamba que andam a guardar naquela ilhota da lagoa?

- Mas mamã então, uma kifofu alheia, quem anda te fwefwenhar essas makas todas do bairro? - Perguntou Mingota dya Kazela, filha mais velha que mora no Dondo e que veio "disminuir" na saudade.

- Dya Kazela (o mesmo que Branquinha em Kimbundu), eu sei tudo. Tudo mesmo passa de boca em boca na frente da ceguinha e se esquecem que "kaveia" tem mbora ouvido dela. Até se polícia desse tempo fosse educada e bem preparada não precisava se dar massada para apanhar os malandros. Os planos deles de "assarto", divisão de dinheiro, quem guarda as armas, os comparsas, as kangonya e tudo, falam mesmo na frente da velhota. Eu sei tudo. Me traz só a rádio e a televisão aqui para me perguntarem sobre as coisa que "ándamos" passar cuele, dia-a-dia na cidade, se Viana não vai pegar fogo? Pega fogo porque eu sei de tudo! - Concluiu a idosa, sem meias palavras.

 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

DE REGRESSO AO RANGEL


DE REGRESSO AO RA

Depois de muitos anos ausentes do bairro de nascença e ou criação, a maralha voltou ao Rangel. Foi um reencontro espontâneo, sem que houvesse combina ou telefonemas. Aliás, o tempo encarregou-se de os reduzir de amigos a meros conhecidos. Já ninguém sabia onde vivia o antigo vizinho e amigo dos trumunos de rua. Já ninguém sabia da família do outro, nem possuía o número de telefone do colega das caminhadas ao Ngola Mbandi, Kilwanji, Makarenko, Comercial ou Kanini. Chegaram de distintos caminhos e pronto. Encontraram os velhos que teimam em não sair do bairro e os jovens que no olhar da maralha emigrada "estagnaram no espaço e no tempo".

- O Rangel já era. Já deu o que devia dar. Produziu homens, cérebros iluminados e iluminantes, mas acabou. Sem reformas profundas, sem drenagem das águas pluviais e domésticas, o Rangel virou um lamaçal que só não chega à pocilga porque desapareceram os ngulu que a deviam chafurdar. - Desabafou, desgostoso, o ancião Zeca Martins que costuma fazer leituras correctas da situação, embora ele também, tal como outros da sua idade septuagenária não abdique de seu bairro de uvalukilu. Por isso mesmo é que no dizer do tio Zecave, para os do bairro, “levar um turismo novo ao Rangel, nesse tempo de descargas de São Pedro, seria transforma-lo em ngulu na pocilga”.

- Acabou-se o RA. – Atirou o velho com um misto de desgosto.

A maralha visitante é gente com mais de meia-idade vivida nas ruas do então município do Rangel (e suas comunas do Rangel, Marçal e Zangado, e Nelito Soares). Mesmo à distância, nvão procurando saber como está o velho fulano, a velha beltrana, a rua ípsilon, etc. Uma vez na banda, a maralha entendeu comemorar o momento e, por isso, comprou vinho para os papás, gasosas e sumos para as mamãs e birras para os demais. A habitual kisângwa da tia Chica não faltou e foi mesmo o primeiro líquido a ser consumido. No Rangel impera ainda o hábito antigo de vida comunitária e as pessoas foram participando da festa, também espontânea, à medida que iam chegando. Uns contribuindo com angolares e outros simplesmente com a boca.

No Rangel, os bons papás, aqueles que aconselham para bons caminhos, são benquistos por todos. O mesmo diz-se dos filhos. Os bem comportados também são filhos da comunidade. Apenas os malandros são censurados. As mamãs, essas, espalham a sua bondade e caridade até para os trapaceiros.

- O que saiu da barriga não se nega. - Dizem as mães rangelistas em socorro. Se calhar foi esse mimo que fez alguns encalharem.

O México, os Sêngulas, o Maxinde, o Maria das Crequenhas e etc. estão e continuam aí, mesmo em ruinas. O kimbombo ainda sai por encomenda e o kapuka é mais quantitativo do que a birra. A kangonha brota nos quintais apertados do do México ou nos vasos das plantas sedentas de água abundante nas ruas. Chovia bebedeira, música de intervenção, conversa nostálgica e planos de requalificação. E o Rangel ainda vivia um dos seus belos dias.
Pois é. A maralha, os ditos iluminados ou retornados visitantes tanto falavam sobre os passos que tinham dado em suas vidas como da "necessidade ingente" daqueles que estão mais avançados fazerem algo para fazer do RA um bairro habitável com o mínimo de sanidade e tranquilidade.
Uns malambavam também os seus recuos na vida, como o Joaquim da Brigada que construiu um prédio na zona de passagem de água, vendo tudo ser ofertado ao grande kalunga-lwiji. Mas os que empurravam barrigas para frete e tripulavam anfíbios eram a maioria e eram esses que comandavam as conversas que se parcelavam em função da condição financeira, planos para o Rangel e visão histórico-social e cultural sobre o bairro-município.
- Temos de fazer o que a Vila Nova de Viana está a beneficiar. É um bairro novo e, graças a visão dos dirigentes daquele município que querem alargar o casco urbano, estão a cavar todas as ruas, enterrar tubos enormes para escoarem as águas domésticas e pluviais que são canalizadas para uma lagoa criada para o efeito. Nós até estamos bem servidos pelo declive. - Explicou Man-Tony para prosseguir:

- Vejamos as nossas vantagens para a instalação de drenagem sem grandes engenharias topográficas: a rua que acompanha a linha férrea já tem inclinação e morre na vala das cervejeiras. As partes do Marçal, Zangado, Terra Nova, Bês e Cês despejam as águas na vala Senado da Câmara. Já viram? Temos de passar as ideias a mais rangeliatas que estão lá onde se contam e distribuem as empreitadas e as notas.

- Sim, Man-Tony. Boa ideia. - Aplaudiu Pedrito, um jovem que ainda não saiu do RA por ser filho kasula, mas já não muito satisfeito com a lástima em que se tornou o bairro. É preciso que os kotas façam algo para o bairro que está a morrer. Alguns kotas, hoje, mesmo para deixar dinheiro ou medicamentos para os idosos que não querem ir viver nos apartamentos com os filhos e netos marcam encontro no Triângulo ou nos Congoleses. Já ninguém que partir o carro no bairro. Isso tem de acabar, kota. – Disse Pedrito

- É isso, meu kandenge, retomou António João, o Man-Tony para os do RA. Mas para isso acabar temos que estar unidos, cada um fazendo a sua parte, por mais ínfima que seja. Criarmos movimentos cívicos que exerçam pressão positiva. Não estou a falar de partidos arruaceiros que destroem monumentos como tivemos num passado recente. Precisamos de ideias que ajudem os governantes a tomarem as melhores medidas em prol do município ou do distrito. - Discursou Man-Tony que já tinha o aval de quase todos para líder da maralha em visita ao bairro da infância e juventude.

Os "estagnados" do bairro ouviam e consentiam calados. Dos lamentos sobre as águas podridas não passavam. Deliciavam-se com os verbos eruditos e do que lhes era posto à mesa periférica que para eles era mais do que uma festança. Tinham aposentado, naquele dia, o kimbombo e o kaporroto do dia-a-dia dos becos.

- Kotas, têm de ver também a questão dos becos que estão a desaparecer. Aliás, já não há mesmo. Você a correr se põe num beco, na bisga, e quando assusta estás num portão ou mesmo já num quintal sem saída. Assim, se a rusga voltar, vamos "esquinar" como? - Afiançou Man-Gasparito, único dos residentes que ousou em interromper a conversa dos "iluminados" da diáspora.

- Sim, filho Gaspar, os becos já ajudaram muito os vossos irmãos para não serem "kangados" para a tropa. Isso desde o tempo das prisões do Poeira. Também nos ajudaram muito a fazer corta-mato para ir à baixa trabalhar. A pessoa entrava num beco e só cruzava a rua para apanhado outro beco. Era assim até chegar ao Zé Pirão onde começava a cidade dos brancos. Hoje, vejo que já não há necessidade de haver becos que só encobertam os "gregos" e reproduzem dibengos e baratas doentias. - Explicou o ancião Branda, ganhando estrondosas salvas de palmas.

- Pois é. Ouviste Gaspar? Precisamos de ruas e ruelas em que possam circular carros. Um bairro em que cada um possa levar o seu popó até ao quintal, sem necessidade de deixa-lo distante. Queremos um Rangel urbanizado, sem becos mas com ruas largas e sem água estagnada. - Emendou Man-Miguel, outro rangelista de sucesso, emprestado ao décimo andar do Kilamba.

Entre pinchos, birras, gasosas e kisângwa (também não faltaram as sempre decorativas kapurenquanto do bairro que iam aproveitando uns goles e uns trocados), a maralha concordou em nomear o velho Branda, da rua Sangue-e-Fúria, para os passar a acolher uma vez por cada mês.

- Vamos realizar os nossos encontros mensais em casa do Papá. Não se preocupe nosso pai. Vamos providenciar toda a logística necessária. Queremos apenas trocar ideias e ver se o bairro avança. - Acalmou o líder da maralha.

Quando bateram em retirada já os galos, os poucos que ainda não tinham sido roubados, se preparavam para cantar.


Nota: Texto publicado pelo Semanário Angolense a 16.05.2015