terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

DO PUNHO DOS OUTROS (I)

PONTO PRÉVIO:
1- Não sou crítico literário, muito menos um escritor consagrado. Sou apenas um amante da literatura e com apenas um rebento trazido à luz. Tudo o que faço é por gosto e convicto de que é exercitando que se "dá forma à pedra".
2- Começo essa aventura (DO PUNHO DOS OUTROS) trazendo escritos de outros confrades, para que: tal; como eles me dão a conhece nas suas páginas, por este blog se conheçam também os feitos/escritos dos meus confrades e amigos de peito.

Espreitando a "prosa poética e melancólica" de Armando Graça, um luso-angolano, emigrado para a metrópole nos tempos da Revolução dos Cravos, encontro na sua proposta de leitura esta "preciosidade" que resumida pelo editor, levo ao conhecimento do meu leitor.

"Memórias de Gente Vulgar" levam-nos a fazer uma viagem das origens do autor aos dias de hoje (1945-2010).

Como o título deixa antever, não há aqui berços de ouro nem se trata de desfilar de sucessos, bem pelo contrário. Revelam-se aqui como enfrentaram as dificuldades muitos dos portugueses nascidos logo após a II Guerra Mundial. E dá-se conta como a procura de vidas melhores dá lugar a infâncias conturbadas.

Entra-se em África, pela Baía de Luanda, retendo cheiros, cores e sabores de um novo mundo.

Relatam-se aventuras escolares e desventuras de prematuros empregos. E sentem-se...

Sentem-se servidões, colonislismos e racismos oficialmente desmentidos.

Sentem-se alguns dos terrorres que deram lugar a nova fuga, então apelidade de "retorno"...

Sentem-se as aventuras de quem volta ao seus país e se acha no estrangeiro, seja porque é mesmo assim, seja porque a Revolução dos Cravos agitou alguma coisa...

Sentem-se, ao longo de várias décadas, governos que desgovernam, empresas geridas para afundar e pessoas que não se comportam como tal...

Mas sente-se, acima de tudo e apesar de tudo, um constante fazer pela vida...
(...)".

É esta prosa que nos oferece Armando Graça, também meu revisor, a par de José Soares Caetano (autor de "O Último Segredo" - UEA/Edições Novembro, 2010), no seu "Memórias de Gente Vulgar" cujo lançamento em Portugal está agendado para os primeiros dias deste mês de  Fevreiro/2011 em Portugal.

Espero que o livro chegue às mãos dos angolanos sedentos de "leitura limpa"  ou no mínimo esteja à disposição dos cibernautas.

Voce pode ler um pouco aqui: http://www.sitiodolivro.pt/fotos/livros/excerto-memorias-de-gente-vulgar_1290100247.pdf

1 comentário:

  1. Caro Luciano
    Muito obrigado pela citação!
    E também um muito obrigado por me classificar como autor de "prosa poética e melancólica". Gostei!
    Sabe? Com o passar dos anos ficamos assim, dados às nostalgias e ao saborear daquilo a que "kotas" como eu apelidam de "os bons velhos tempos" mesmo que não tenham sido tão bons como isso...
    De uma coisa o Luciano e os seus seguidores podem estar certos: o que ali está são memórias reais e muito sentidas.

    ResponderEliminar