Quando o amigo que trabalha e trafica informações do gabinete do chefe lhe fwefenhou "vi teu nome, vão te nomear", Ngolombole, contente, como nunca se lhe viu antes, foi à vizinha fazer kilapi de cerveja, cinco caixas; gasosas, três caixas - crianças e mulheres bebem pouco; vinho, um barril de cinquenta; porco, leitão de trinta e cinco quilos; frango e costeletas, duas caixas cada.
- Porra, chegou a vez de quem sempre trabalhou e muito esperou. Disse aos amigos convivas, mesmo com a Covid-19 a colocar-lhes entraves e com a polícia a rondar.
- São invejosos. - Proclamou outro, já encopado.
Na segunda-feira imediata, dia em que a vitrine do organismo público em que labuta estaria prenhe de Editais, foi à boutique "Preto-e-fino" e fez "vale" de um fato escuro, como é quase preceito usá-los em cerimónias de empossamento ou outros de equivalente magnitude. A vestimenta estava completa: casaco de dois botões e duas fendas, colete, gravata, abotoadeiras, calças, camisa branca, sapatos pretos, cinto de cabedal, peúgas, lenço de algibeira e graxa.
Ao lado da boutique, o ourives, que era seu conhecido, não ficou atrás e adiantou-lhe a crédito uma grossa mascote e uma forte corrente d'Ouro. Daí para a barbearia foi meio-caminho. Felizmente, esse foi pago a pronto, pois, antes de empunhar a tesoura confirmava sempre o "mbongo na maboko".
No dia do anúncio dos despachos de nomeação, duas semanas depois, viu-se a preto e branco que, afinal, o seu amigo e informante vira mal.
O nomeado foi Manuel Ngolombole Adão Kambundu e não ele, Adão Ngolombole.
Como pagar as despesas à vizinhança que já cobra de 12 em 12 horas?
Sem comentários:
Enviar um comentário